Aproveite a viagem

Sou errada, sou errante. Sempre na estrada, sempre distante...”

Muito melhor que chegar é ir! Gosto de dirigir, especialmente sozinha, mas confesso que curto muito mais qualquer passeio quando estou no banco do passageiro. As viagens de ônibus (ou trem!) são ideais neste sentido. E com as facilidades de crédito dos últimos anos, a maioria de nós agora viaja mesmo é de carro. Se você vai pegar a estrada nos próximos dias, aproveite as horas de luz natural. Não há nada melhor que ir olhando pra um lado e outro, descobrindo o caminho. Mesmo que seja um roteiro conhecido, aposto que você vai notar alguma novidade. Há anos vivo na estrada. As palavras de George Israel e Paula Toller, lá no começo desta postagem, definem bem os meus dias, e, garanto: é muito bom ter uma rota pela frente. Mesmo que vez ou outra surjam filas e os inevitáveis congestionamentos. 

  
Costumo dizer que não há mais horário de pique nas rodovias. Manhã, tarde, noite, madrugada... Você sempre vai conviver com outros carros na pista. Se a situação agora é essa, pra quê abrir mão da curtição visual de um passeio diurno? Se o seu destino for o litoral catarinense ou a região metropolitana de Curitiba provavelmente você vai passar pela Serra de Curitiba, na BR-376. Faça chuva ou sol, o trecho é perigoso e exige atenção do motorista. A estrada corta uma cadeia de montanhas, margeando vales.  Aproveite e pare em alguns pontos... Gosto muito da região de cima da serra onde as araucárias ainda estão presentes. Em dias de neblina tudo fica fosco. Com um pouco de criatividade pode-se até experimentar a sensação de como seria conviver com o Conde Drácula na Transilvânia! Fantasmas à parte, em dias de céu aberto o lugar exibe cores exuberantes. A variação dos tons de verde desafia o fotógrafo mais cuidadoso. 

Numa dessas paradas descobri um tesouro. Digo isso porque a capelinha de pedra à direita da estrada para quem segue no sentido sul (Paraná- Santa Catarina) parece não se revelar a qualquer um, nem em todo momento. Passo por lá duas vezes por semana e só algumas vezes percebo a construção. É aquela coisa, perde-se o ponto facilmente. Se você tiver a sorte de ver a capelinha, pare e a visite. Ela é antiga, mas ninguém sabe informar com certeza a data de construção. Tem morador que diz que foi erguida pelos tropeiros, que faziam o caminho Viamão/RS – Sorocaba/SP conduzindo gado e mantimentos, ainda no período colonial do Brasil. Verdade ou não, vale a observação! E um estudo mais detalhado sobre as origens da obra que, prometo, compartilho com vocês nos próximos dias. Por enquanto, BORAE pegar a estrada!

Comentários

  1. Já passei várias vezes e nunca vi essa capelinha, da próxima vez quero ver.
    Bjo
    Janete

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