Voar na Lapa




Um passeio rápido até a vizinha Lapa, voar e voltar pra casa em Curitiba!
O convite no meio da tarde surpreendeu, não incomodou. Fechei o programa de edição de fotos e desliguei o micro.  Juntei um agasalho, a máquina fotográfica, a filmadora e... BORAE!






Tarde de primavera agradável
O sol e o vento constante davam uma sensação de frescor permanente. O carro deslizou pela saída oeste de Curitiba, rumo ao Rodoanel. Já na BR-476, a Refinaria da Petrobrás - a maior planta industrial do sul do País - e a cidade de Araucária logo surgiram no caminho. Seguimos. Depois de Araucária a rodovia ganha muitas curvas, ladeadas por lavouras e campos de reflorestamento. A estrada tem pista simples, mas é bem sinalizada e o asfalto está lisinho. Três quilômetros antes da entrada de Lapa, ou “da” Lapa, como fala o paranaense, o motorista precisa desembolsar R$ 8,00 no pedágio.


Bucolismo e história
O trajeto prepara o visitante para o mergulho histórico e relaxante que Lapa oferece. A avenida que dá acesso a cidade e atravessa o centro é toda arborizada, com um largo caminho de calçamento entre as árvores. Espaço aproveitado pelos moradores no vai e vem do trabalho e estudos – ou num convidativo passeio no fim da tarde. Não é raro encontrar namorados de mãos dadas, jovens de bicicleta, gente jogando conversa fora, pessoas sentadas nos bancos de madeira apenas contemplando o movimento. Ao longo de toda a avenida as construções antigas, algumas do século 18, são mantidas sempre com tinta nova. Numa e noutra é possível conferir peças preservadas da época dos tropeiros, da colonização alemã ou da Revolução Federalista de 1894, quando a cidade resistiu por 26 dias ao ataque de rebeldes contrários à instalação da República. Ainda são preservados uniformes do Exército, armas e documentos do denominado “Cerco da Lapa”. Uma rica história tombada como Patrimônio Histórico da União.


Logo depois de atravessar o centro pegamos uma rua à esquerda, em direção ao Parque Estadual do Monge. O nome é uma homenagem ao ermitão João Maria, que morou numa gruta do parque e dedicou a vida à oração e ao estudo das plantas para cura de doentes. Fiéis ainda hoje sobem  a escada de 224 degraus que leva ao local. Vão agradecer por graças alcançadas. No parque também ficam localizadas as formações areníticas em formato de lápis que dão nome à cidade. E, é lá que o voo livre acontece! Para chegar, são 3,5 km pela Avenida Getúlio Vargas, via asfaltada de onde podemos observar um pouco mais do estilo de vida dos moradores e das paisagens da Lapa. As araucárias dominam a vegetação.

O voo e a recompensa
Já no alto do morro uma estátua de Cristo abençoa a cidade e marca o início da trilha para a rampa.  Uns trezentos metros de caminhada em meio aos arbustos e fico sem palavras... O sol a nossa frente ofusca a visão por alguns segundos – e evidencia cada tom de verde ao longo do planalto que surge aos nossos pés. Da ponta da rampa olho para a esquerda e avisto uma rocha coberta por plantas rasteiras. O formato arredondado lembra uma cabeça oferecendo-se ao céu. A parede de pedras se estende por quilômetros e permite o voo de encosta, o lift. Os ventures que nascem entre uma e outra saliência na mata ajudam a manter o piloto atento. Nesse dia o vento oeste soprava forte, inviabilizando por algumas horas a decolagem. Foi preciso esperar... Já no fim da tarde, o piloto local Robson Franini abriu a rampa! Uma corrida e o vôo em direção ao sol poente! Momentos de puro prazer... Ainda mais porque quando as condições do voo restringem o pouso no morro, há um campo enorme logo à frente – e com acesso para todo tipo de automóvel fazer o resgate. 





Bom? Melhor se fechar o passeio com uma coxinha de farofa de galinha, isso mesmo! A especialidade da Lapa é servida na Confeitaria da Dona Zeni. Recomendação do Robson, provada e aprovada.

Veja também: http://revistaborae.blogspot.com/2011/11/sobre-asas-e-paracas.html#links


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